melhoria do Índice de Sustentabilidade da Mídia em Moçambique
MAPUTO, 29 de Abril 2015 – A IREX lança no domingo Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o Índice de Sustentabilidade da Mídia 2014 (ISM). Dos cinco indicadores observados no relatório, o que regista a maior melhoria é o que avalia a liberdade de expressão. O índice alcançou 2.63 em 2014, contra os 2.11 do ano anterior, numa escala que vai até 4 pontos. Já a média geral dos indicadores de Moçambique evolui de 2.05 (2013) para 2.23 (2014).
"As afirmações das liberdades de imprensa e de expressão da sociedade moçambicana reforçam os desafios de aperfeiçoamento de gestão e de liderança das organizações de mídia", explica a professora Julieta Langa, moderadora do painel que gerou este ISM, assessora da IREX para a área de publicações e chefe da Secção de Linguística da Universidade Eduardo Mondlane. "Apesar do resultado, que coloca a mídia de Moçambique mais próxima da sustentabilidade, ainda há muito por fazer", diz Arild Drivdal, representante da IREX em Moçambique.
O ISM revela ainda que, apesar de um melhor desempenho quanto à liberdade de expressão, os jornalistas moçambicanos continuam sem protecção adequada, expostos aos riscos das ameaças e agressões. Os 11 profissionais de mídia que fizeram parte do painel foram unânimes ao afirmar que "houve violência e destruição de equipamentos de trabalho" em 2014, sobretudo durante a campanha eleitoral.
Por exemplo, "no bairro de Incídua, em Quelimane, a multidão atacou um repórter da Rádio Moçambique, mas nada aconteceu ao jornalista da Rádio Paz, que cobria o mesmo evento", afirmou Maria Idalina Patia, coordenadora da Rádio Paz naquele local. Melhorar o acesso à mídia e atrair financiamento para gerar receitas são outros desafios.
Os painelistas apontaram ainda a necessidade de formação regular e profissional no nível básico, sobretudo nas províncias. Suzana Espada, repórter e apresentadora da TVM em Sofala, acredita que "a liberdade de experessão é uma arma poderosa, a que sociedade recorre para resolver problemas que o sector público e outras entidades, muitas vezes, não conseguem".
Ainda de acordo com o relatório, houve mais pluralidade de fontes públicas e privadas nos conteúdos publicados e aumentou o uso de fontes da internet e das redes sociais. A qualidade profissional melhorou, possivelmente impulsionada pelo crescimento da consciência de cidadania, mas os grupos minoritários ainda não têm acesso à mídia, sendo que o desejável é que os interesses sociais das minorias esteja reflectido na agenda da mídia.
O Índice de Sustentabilidade da Mídia é interpretado de acordo com uma escala de pontos. Ele é insustentável e anti-liberdade de expressão se estiver entre 0.0-1.0; insustentável entre 1.0-2.0; quase sustentável, entre 2.0-3.0; e sustentável, entre 3.0-4.0.
Encontra em anexo o Índice de Sustentabilidade da Mídia ou através do link: http://www2.irex.org.mz/wp-content/uploads/2015/04/Indice-de-Sustentabilidade-da-Midia-2014.compressed.pdf
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Contacto: Prof. Julieta Langa, Moderadora e Autora
E-mail: jlanga@irex.org Tel. (+258) 21 320 090 / Cel. (+258) 82 7665538
Entrevistas: Prof. Julieta Langa, autora e moderadora, está disponível para entrevistas sobre o Índice de Sustentabilidade da Mídia 2014.