Jornalistas discutem ética e edição na cobertura sobre xenofobia
MAPUTO, Moçambique, 6 de Maio de 2015 – Jornalistas que participaram do Debate na Redacção de ontem, na IREX, consideram necessário avaliar com cuidado a publicação de imagens que possam ser consideradas "chocantes", feitas em situações de conflitos, como nos casos de xenofobia que envolveram violência contra moçambicanos na África do Sul. Apesar desta recomendação geral, não houve consenso dos participantes sobre como os repórteres e editores devem se comportar: colocar-se em risco para salvar uma vida ou registar o facto, cumprindo um dever profissional. As discussões tiveram como referência o caso do assassinato do moçambicano Emmanuel Sithole e as imagens feitas por James Oatway, repórter do semanário Sundays Times daquele país. Os jornalistas Francisco Mandlate (SOICO) e Hélio Filimone (Notícias) foram os debatedores. "A primeira coisa é fotografar e só depois ajudar. Já na redacção, pode-se decidir pela publicação ou não", disse Francisco Mandlate. Ele entende que é com aquele tipo de imagem (o flagrante do assassinato) que a sociedade compreende a real dimensão do problema. No entanto, outros participantes acham pouco provável que os jornalistas colaborem para o fim da xenofobia na África do Sul assim. "O fotógrafo perdeu tempo e poderia ter salvado a vítima", afirmou Rafael Shikhani, director de informação da TV Miramar. O Programa Para Fortalecimento da Mídia é financiado pelo Governo dos Estados Unidos da América, através da sua Agência para o Desenvolvimento Internacional (USAID), e implementado pela IREX.
Rafael Shikani revê a foto no tablet e diz que havia oportunidade do fotojornalista salvar a vítima.
À esquerda, Francisco Mandlate (SOICO), e à direita, Hélio Filimone (Notícias).
Rafael Shikani diz que a vida está acima de qualquer facto.
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