Mulheres jornalistas avaliam a sua participação e tomada de decisão na mídia
MAPUTO, Moçambique, 10 de Março de 2016 – ''Abordar a presença das mulheres nas redacções não significa apenas falar sobre dados estatísticos ou desafios. Há uma expectativa de outra ordem: a de que elas assumam que igualdade com o homem não significa reproduzir seus comportamentos, mas sim definir o seu próprio rumo''. A afirmação é da Matilde Tadeu, jornalista que falou a IREX sobre a actuação feminina no jornalismo, mais especificamente o desempenho da mulher jornalista e o lugar por ela ocupado no contexto da profissão. Neste âmbito, o Programa Para Fortalecimento da Mídia ouviu 10 mulheres jornalistas que trabalham em lugares geograficamente distantes das grandes cidades. Elas fizeram uma descrição histórica da mulher na imprensa; da igualdade de género; de emprego e de formação. Para Paula Benjamim, de Pemba, que está no jornalismo desde 1995, a presença feminina na imprensa surge mais a partir dos anos 2000, e se torna consistente a partir dos anos 2005, com premiações, privilégios, destacamentos, nomeações a cargos directivos. ''De 2010 para cá, vemos reportagens muito bem produzidas com autoria única feminina'', lembrou. Já Tânia Artur, repórter que trabalha na província de Manica, o machismo é o principal entrave para as mulheres assumirem actividades relevantes, independentemente da área. ''A nossa profissão é reveladora, no geral, de uma classe trabalhadora basicamente masculina – muito por razão do machismo, então dominante. E isso começa nas oportunidades de formação e de emprego. Para Anabela Muimela, jornalista em Sofala, os número ou a sensação de crescimento da presença feminina no jornalismo deve ser compreendido com cautela, uma vez que, embora expressivos ou não, não indicam um cenário prioritariamente vantajoso para as mulheres. Apesar de haver crescimento, os homens ainda predominam nos postos de chefia e detêm os cargos com salários mais altos. O Programa Para Fortalecimento da Mídia é financiado pelo Governo dos Estados Unidos da América, através da sua Agência para o Desenvolvimento Internacional e implementado pela IREX.
Sem comentários:
Enviar um comentário