Iniciativa ''jornalismo na rua'' transforma comunicadores em activistas e combate casamentos prematuros em Monapo
MAPUTO, Moçambique, 01 de Setembro de 2016 - "Vimos que ficar só no estúdio não estava a dar certo. Devíamos ir ao encontro das pessoas e foi lá onde encontrámos exemplos vivos. Crianças que vivem vida de casadas, pais que fizeram casar suas crianças e agora conhecem as consequências negativas dessa prática", contou Lucilia, produtora do programa radiofónico ''Casar, só depois dos 18 anos'', emitido pela rádio comunitária de Monapo. A iniciativa consiste na difusão de informação através de debates radiofónicos ao vivo na comunidade; nas redes sociais, Vox Pop e visitas às escolas e aos centros de habitação das raparigas. "Recuperamos duas meninas das escolas primárias de Namirucurucu. Uma delas, de 14 anos, está casada e tem um bebé, mas depois da nossa visita, voltou à escola. Actualmente faz parte do Núcleo de Retenção da Rapariga e ajuda outras raparigas, alertando sobre os riscos do casamento prematuro", alegrou-se a ''jornalista-activista'', que juntamente com a sua equipa acham que desta forma contribuem rápida e positivamente para mudança social. ''Jornalista trabalhando em zonas rurais devem sempre experimentar abordagens diferentes e ver qual delas é mais efectiva e provoca impacto imediato'', revelou. Durante a entrevista com a equipa da IREX, Lucilia disse ainda que o desrespeito pela rapariga e a protecção de certas práticas tidas como tradição constituem grandes desafios para progressão das raparigas. Lucília é beneficiária de formações sobre jornalismo radiofónico e género promovido pelo Programa Para Fortalecimento da Mídia, que é financiado pelo Governo dos Estados Unidos da América, através da sua Agência para o Desenvolvimento Internacional (USAID), e implementado pela IREX.
Lucília José Xavier, nas escolas primárias de Namirucurucu
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